Descrição do projeto
2022Curriculo de engenharia para a SociedadeO projeto Engineering Curricula for Society (EC4uS) tem como principal objetivo desenvolver uma metodologia e ferramentas que permitam auxiliar as Instituições de Ensino Superior (IES) no pensar, conceptualizar e criar conteúdos programáticos para cursos de engenharia, quer a nível de graduação quer de pós-graduação. Pretende-se que esses cursos, criados através dos resultados deste projeto, estejam alinhados com as prioridades da Comissão Europeia (European Education Area 2025) para essa área de formação, ao mesmo tempo alinhados com as necessidades de uma sociedade em constante (e rápida) evolução, e que ofereçam soluções para questões prementes atualmente, como é o caso das elevadas taxas de desistência e retenção e dos desequilíbrios de género em formações nas áreas das engenharias. As questões de desequilíbrio de género [9, 15] e da elevada taxa de retenção e desistência [4-8] em cursos na área do STEM (ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) são desafios prementes e ainda carentes de solução atualmente. Nesse sentido, o projeto EC4uS irá desenvolver e criar uma abordagem metodológica, suportada por evidências e operacionalizada por ferramentas determinísticas, no sentido de auxiliar as IES quer no repensar e discutir as atuais formações de engenharia, quer no apoiar o processo de decisão necessário para a criação de novas propostas de formação. Adicionalmente, e tendo em conta o momento de rápida transformação que o mundo atravessa devido à pandemia Covid-19, a metodologia e ferramentas criadas no âmbito do projeto EC4uS irão igualmente ajudar as IES na transformação digital em curso, aplicável aos processos de ensino e aprendizagem em engenharia. Dessa forma, quer através da promoção de uma análise crítica sobre as ofertas de formação graduada e pós-graduada em vigor, quer através da sistematização de procedimentos de análise, recolha de dados, análise comparativa e reflexão estratégica sobre o futuro dos profissionais em engenharia e o seu papel transformador na sociedade, as IES poderão efetivamente contribuir para uma maior criação de inovação, crescimento económico e impacto nos desafios societais atuais. Tradicionalmente, o processo de construção de percursos formativos em engenharia é realizado de forma interna, dentro das IES, e com reduzido (ou nenhum) envolvimento direto de atores da sociedade. O projeto EC4uS parte da premissa que esse modelo de atuação e discussão tem vindo a ser incapaz de criar ofertas de formação graduada e pós-graduada integradoras e inclusiva, nomeadamente no manter (ou mesmo agravar) situações de desequilíbrio de género e situações de retenção ou desistência de estudantes ao longo do seu percurso formativo, para além de ser um modelo de procedimento que se revela ineficaz no acompanhar das mudanças (cada vez mais rápidas) que ocorrem na sociedade. Verificou-se, no que toca a esse último aspecto em particular, as dificuldades das IES de acompanharem as mudanças repentinas e globais decorrentes do surgimento da pandemia Covid-19, e na presença da qual as IES souberam ajustar-se (mas não transformar-se) com procedimentos que têm vindo a funcionar numa lógica de “soluções de emergência”, mas que estão longe de serem sustentáveis, individualmente e em termos organizacionais. Dentro desse contexto, o projeto EC4uS propõe a criação de uma abordagem metodológica de co-criação entre IES e atores da sociedade que permita mudar a cultura de silo vigente e que, assim, possa ajudar as IES na resposta rápida e alinhada com as necessidades da sociedade, em termos coletivos e dos seus indivíduos. Através da criação de modelos de aquisição e tratamento de dados, perceção e quantificação de expectativas dos vários intervenientes envolvidos no processo, medição objetiva do alinhamento/desalinhamento entre as diferentes expectativas desses intervenientes, e contextualização destas etapas no âmbito de um modelo de desenvolvimento de produto (seja esse “produto” um curso de engenharia, um profissional de engenharia, e/ou um cidadão com intervenção ativa na sociedade), o projeto EC4uS pretender responder às necessidades atuais por opções alternativas e inclusivas de formação em STEM, em particular em engenharia [16]. Para esse efeito, o projeto EC4uS agrega uma equipa multidisciplinar com experiência nos domínios do ensino/aprendizagem e pensamento estratégico em engenharia [16,17], da criação, validação e implementação de métricas nos domínios das competências e aptidões dos estudantes [22,23], das questões do equilíbrio de género e sua quantificação em IES [9,15]. Tendo em consideração essa experiência acumulada e as ideias, metodologias e resultados propostos, o projeto EC4uS assume o desafio de contribuir para a criação de melhores formações nas IES, melhores profissionais e melhores cidadãos, para uma melhor sociedade.
2023Efficiency and Equity in Portuguese Higher EducationRegarding formative efficiency, there are aspects that have raised significant concerns due to the massification of higher education, such as the percentage of students who drop out without completing any degree and the prolonged period it takes for students to complete their education. On one hand, there's a perception that the expansion of the system has led to the enrolment of students with poorer academic performance and/or less motivation. On the other hand, the massification of the system appears to negatively impact the ability of teachers to effectively monitor the learning of each student. The combination of these effects can contribute to a decrease in the formative efficiency of the system, which is worth analysing. A study by DGEEC (2018) on pathways in higher education, which analyses the situation of students after four years of their enrolment in three-year bachelor's programs, offers a rather discouraging picture. The numbers show that 29% of students had not graduated and were no longer enrolled in Portuguese higher education after four years. In other words, "only about half of the students who enrolled in three-year bachelor's programs managed to complete them within the first four years of study, and more than one in four students left higher education at some point during this period" (DGEEC 2018 p.1). These dropout rates are not uniform across the higher education system, as the percentage of dropouts during the four years tends to be higher in polytechnic education than in university education and higher in private institutions than in public ones. The lack of equity in access to higher education is a persistent problem, not yet satisfactorily resolved in most countries. Numerous studies show that the massification of higher education systems has not completely solved this problem. Although equitable access is formally guaranteed in almost all higher education systems in developed countries (Koucky et al. 2010), some social factors remain strong in most countries. To some extent, this is a consequence of meritocracy, which emphasizes competence and results, ultimately favouring those who had better previous conditions (Arrow, Bowles, and Durlauf 2000; Bowles, Gintis, and Groves 2008). The first objective of the project will be to analyse the government's new program aimed at increasing the participation of students from disadvantaged backgrounds in courses and institutions considered elite, trying to find explanations for the limited success of the initiative, which may be due to social background effects. This part of the study will be based on data from the higher education admission process for the academic year 2023/24. A second objective will be to assess the formative efficiency of the higher education system. The proposed study aims to conduct a more detailed analysis of the formative efficiency of Portuguese higher education courses based on students' academic paths from their enrolment up to a maximum of six years (from 2017/18 to 2022/23 and from 2018/19 to 2023/24). In addition to the aspects already considered in previous studies by DGEEC, additional factors will also be taken into account, including whether the student is a grant recipient, whether they are a working student, whether they enrolled through one of the special regimes (e.g., mature students over 23 years old), the education level of the parents, and the gender of the student. The study also aims to assess the regional equity of access to higher education. DGEEC also provides information about the municipality of origin of students enrolling for the first time in the first year of higher education programs/courses in Portugal, including the indication of the program and institution where they enrolled. This allows for an assessment of equity of access from a regional perspective.
2023Reconfiguração das missões da Universidade na Europa do conhecimento: a emergência da ‘Universidade do Futuro’A sociedade e a economia do conhecimento tornaram-se populares, no final do século XX, enquanto ideia política na Europa, assumindo-se como instrumentos para a integração europeia. Embora estes conceitos possam constituir apenas um dispositivo retórico, têm sido usados como instrumentos políticos a que o ensino superior (ES) tem de dar resposta. Apesar do constante desafio quanto à sua definição e finalidade, a necessidade de potenciar a interação entre ES e sociedade e produzir conhecimento com e para a sociedade levou a uma mudança nas crenças sobre a função social da universidade. De salvaguarda da cultura nacional e instrumento de mobilidade social, esta passou a ter como móbil contribuir para a economia do conhecimento nacional, regional e global. A universidade tornou-se um importante ator social, capaz de fortalecer a sociedade e contribuir para o desenvolvimento socioeconómico através da mobilização dos profissionais para questões socialmente relevantes [1; 2; 3]. O ES e as comunidades epistémicas na política científica criaram uma série de chavões para descrever esta transformação na investigação (p. ex. modo 2, triple hélix) e no ensino (p. ex. educação contínua, e-learning). Apesar dos modelos conceptuais emergentes – universidade empreendedora, universidade do futuro – é necessário refletir sobre as mudanças na complexa relação da universidade com a sociedade e no seu papel na transformação social [4]. Para se adaptarem a esta mudança, as universidades aplicaram diferentes modelos organizacionais baseados em processos de convergência, isomorfismo e homogeneização. As ‘Universidades Europeias’ são a mais recente ferramenta política desta estratégia, que visa fortalecer a relação entre ensino, investigação, inovação e transferência de conhecimento, promovendo a ligação da educação com a sociedade e a economia. Como está a ser implementada a ideia da “universidade europeia”? Quais as principais transformações que promove na (re)configuração das missões da universidade? Que modelos organizacionais foram instituídos para a implementar? Numa perspetiva de agência, as “universidades europeias” podem ser vistas como uma (re)configuração interna do(s) objetivo(s) da universidade e do(s) modelo(s) organizacional(is). O principal objetivo deste projeto é compreender como é que a estratégia política de implementação de uma sociedade baseada no conhecimento na Europa está a levar à reconfiguração das universidades ao nível da governação e gestão, estruturas e papel dos profissionais. Como estão as universidades a reconfigurar as suas missões na sociedade como o ensino e investigação? Que modelos e estruturas de governação e gestão foram desenvolvidos para garantir que a relação com a sociedade está integrada em todas as missões da universidade? Como estão a mudar os papéis e práticas dos profissionais do ES no âmbito da reconfiguração das missões da universidade? Existem diferenças de género nos seus papéis e práticas? Como estão as universidades a gerir a qualidade da sua relação com a sociedade? Propõe-se um modelo analítico multidisciplinar e multidimensional a partir de diferentes áreas – ciência política, sociologia, ciências da educação, estudos de género, gestão; em múltiplas dimensões – política, estratégica e prática; e níveis – europeu, institucional e individual. Para uma compreensão mais profunda de como essas múltiplas dimensões se cruzam com as práticas institucionais e quais as suas possíveis consequências (para o ES e a sociedade), recorre-se a métodos qualitativos (análise de documentos, entrevistas, grupos focais, world café) e quantitativos (inquéritos). O modelo analítico será aplicado empiricamente a 10 universidades portuguesas que fazem parte de consórcios de Universidades Europeias, consideradas como casos paradigmáticos [5] ou extremos [6], em que as pressões para que se tornem parceiros socialmente relevantes para enfrentar grandes desafios sociais é ainda mais evidente. Estes casos permitem uma melhor compreensão da relação das universidades com a sociedade, das tensões que surgem entre as diferentes missões e profissionais, e do possível modelo da 'universidade do futuro', comprometida com a sociedade e capaz de responder aos grandes desafios sociais. O projeto é relevante porque: 1) aborda um tema importante - a forma como as ideias políticas europeias promovem mudanças transformacionais nas crenças sobre o papel e a missão social da universidade; 2) propõe uma abordagem inovadora para melhorar o conhecimento sobre como as instituições e os profissionais estão a responder às grandes pressões intrínsecas e extrínsecas e tensões decorrentes; 3) usa estudos de caso baseados em consórcios de ‘Universidades Europeias’, que é em si uma nova perspetiva; 4) contribui para melhores políticas institucionais nesta área, reforçando o potencial do ES para a mudança social e o desenvolvimento socioeconómico.
2023A autonomia no Ensino Superior na Europa: tendências supranacionais, nacionais e institucionaisEste projeto visa analisar as tendências supranacionais que estão a influenciar a autonomia do ES na Europa e como estão a ser traduzidas a nível nacional e institucional, centrando-se na forma como a gramática política que veiculam se repercute na articulação da educação, investigação e inovação das IES e nas suas missões. O projeto assume uma abordagem multinível: europeia, nacional e institucional. Considera a influência dos atores supranacionais (UE) e assume o papel que os Estados desempenham na mediação dos desafios decorrentes dos ecossistemas de ES. É relevante comparar contextos em que o Estado desempenha um papel regulador mais forte (França e Finlândia), com aqueles em que a dimensão nacional é saliente e as políticas supranacionais tendem a ser resistidas (Polónia), aqueles em que as políticas orientadas para o mercado são mais influentes (Países Baixos), e aqueles onde prevalecem características mistas de regulação estatal e autonomia institucional (Portugal). A comparação entre os sistemas e IES destes países pretende identificar as configurações que eles estão a assumir pela análise da governação, gestão institucional e do papel dos profissionais na efetivação de sua autonomia pedagógica e de investigação. O projeto visa cartografar as tendências que transformaram o ES europeu na última década e a autonomia das IES. As questões de investigação são: como é que as tendências supranacionais influenciam a autonomia do ensino superior na Europa? Como é que as tendências supranacionais estão a ser traduzidas nos níveis nacional e institucional? As políticas nacionais refletem uma coordenação mais forte do Estado em relação à regulação do mercado? Como é que as IES estão a articular a educação, investigação e inovação no cumprimento de suas missões? Como é que essas tendências impactam nos programas e na autonomia dos académicos para selecionar temas e desenhar projetos de pesquisa? Participam no projeto investigadores do CIPES, da Universidade do Porto (CIIE), da Universidade de Aveiro, da Nicolaus Copernicus University - Polónia, da¬ Tampere University – Finlândia, da Leiden University – Países Baixos e do Institut de Recherce en Gestion - Université Paris-Est Créteil – França.
2021Dinâmicas de desigualdade no Sistema de Ensino Superior Português - Acesso, Género e MobilidadeAs últimas décadas foram caracterizadas por uma grande expansão do acesso ao ensino superior (ES). Um dos desenvolvimentos mais importantes associados à massificação do ES foi uma tendência para desregular o sistema, alinhando-o pela interacção entre as forças de mercado. Todavia, esta tendência suscita preocupações devido aos riscos de estratificação e de desigualdades no ES. Há várias dimensões através das quais o ES pode reproduzir ou amplificar as desigualdades. Uma dessas fontes é através de estratificação institucional. Em muitos sistemas de ES a questão não é apenas o acesso à formação superior, mas também o tipo e a área de formação, a região ou a instituição. Estes aspectos são particularmente relevantes, dado que os benefícios em termos de emprego e rendimento podem ser muito diferenciados consoante a formação. Uma segunda dimensão importante na desigualdade prende-se com a forma como o sistema de ES amplifica desigualdades socioeconómicas. Devido à forte concorrência no acesso a certas formações, as famílias procuram mobilizar recursos e adoptam estratégias que beneficiem os seus filhos. Além isso, tem havido algum debate acerca das competências valorizadas través dos sistemas de acesso e em que medida estas são ajustadas aos percurso de formação no ES. Uma terceira dimensão na desigualdade tem a ver com as oportunidades de acordo com o género. Ainda que a participação das mulheres no ES tenha aumentado, persistem diferenças, nomeadamente nas áreas das Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemáticas (CTEM). Ainda que as mulheres sejam mais qualificadas, nem sempre isso se reflecte igualmente no acesso a empregos mais qualificados e mais bem remunerados. Uma quarta e última dimensão a ter em conta tem a ver com a crescente desigualdade no número de anos de formação superior, nomeadamente as diferenças entre aqueles que têm apenas uma formação inicial e os que prosseguem para estudos pós-graduados, associados a claras vantagens económicas. Neste projecto procuramos estudar diferentes dimensões de desigualdade no ES de massas, centrando-nos no caso português. Um dos aspectos cruciais constitui em que medida o sistema de acesso tende a reproduzir e amplificar as desigualdades.
2022Procedimentos de avaliação e regulação adotados pelas agências reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do ensino superior dos Estados-membros da CPLPO objetivo geral do estudo é o estabelecimento de um quadro de referência para o desenvolvimento e consolidação dos sistemas de garantia de qualidade do ensino superior dos Estados-membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) no horizonte 2030 e de um conjunto de recomendações para o trabalho futuro das Agências Reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do ensino superior dos Estados-membros da CPLP. Este objetivo global desdobra-se nos seguintes objetivos específicos: 1) Aprofundar o conhecimento sobre o estado da arte relativo aos procedimentos de avaliação e regulação adotados pelas Agências Reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do Ensino Superior dos Estados Membros da CPLP e proceder a um levantamento dos normativos de procedimentos conducentes ao reconhecimento de graus e diplomas; 2) Conhecer os sistemas e tecnologias de informação e comunicação ao serviço do trabalho em rede na área da qualidade do Ensino Superior nestes países e estudar a possibilidade da sua inclusão na estrutura de interface dos sistemas de informação Plataforma Digital (PD) da ARES/CV, visando ampliar a capacidade da Plataforma, com a possibilidade de gerir e tramitar o processo de avaliação e acreditação das IES; 3) Identificar indicadores comuns, ou seja, mapeamento, sistematização, partilha e análise de instrumentos, metodologias e indicadores de avaliação do ensino superior nos Estados membros da CPLP (tais como avaliação de ciclos de estudos; avaliação de áreas científicas; avaliação institucional; autoavaliação; avaliação externa; avaliação do ensino na modalidade de ensino a distância) e elaborar um conjunto de recomendações para o trabalho futuro das Agências Reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do Ensino Superior dos Estados Membros da CPLP. 4) Elaborar um plano de formação para os quadros das ARES Espaço da CPLP, que possibilite a capacitação institucional das Agências Reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do ensino superior dos Estados-membros da CPLP. A consecução destes objetivos específicos permitirá estabelecer o quadro de referência acima referido, baseado em indicadores de referência comuns a serem adotados pelas Agências Reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do ensino superior dos Estados-membros. Por seu lado, este quadro de referência será a base para a elaboração de recomendações específicas para: • A criação de uma rede de apoio e incentivo à cooperação técnica no domínio da capacitação e formação de profissionais, considerando as especificidades e as necessidades das Agências de Avaliação e Regulação do ensino superior da CPLP ou instâncias congéneres; • O reforço da partilha de informação sobre a acreditação e a regulamentação de cursos e IES e os procedimentos conducentes ao reconhecimento de graus e diplomas; • O incentivo à utilização de tecnologias de informação e comunicação ao serviço do trabalho em rede na área da qualidade do ensino superior; • O avanço no sentido da criação e dinamização de um mecanismo comunitário de vigilância multilateral com o propósito de apoiar as Agências Reguladoras e estruturas nacionais de avaliação e regulação do ensino superior dos Estados-membros, tendo como fundamentos a democratização do conhecimento, o espírito de interajuda e o princípio da solidariedade mútua.
2020Estudantes nacionais e internacionais no acesso ao ensino superiorO objetivo central deste projeto é tentar esclarecer se a massificação do ensino superior é sinónimo de eliminação de desigualdades e a importância do recrutamento ativo de estudantes internacionais por parte das instituições de ensino superior. Para mais informações consultar: https://www.edulog.pt/investigacao_projeto/9
2022Cartografia e dinâmicas socioeconómicas dos/as estudantes do ensino superior do Grande Porto e Grande LisboaEste estudo visa centrar-se à escala dos dois maiores centros populacionais do país, de forma a contribuir para a construção de políticas – do Estado central, das autarquias e das IES – que promovam a melhoria da vida dos estudantes do ensino superior no Grande Porto (GP) e Grande Lisboa (GL). Trata-se, assim, de saber quem são, onde estão, como vivem, como se deslocam e de que condições de apoio beneficiam os/as estudantes do ensino superior das áreas do GP e GL. Este estudo visa, também, caracterizar as políticas de fixação do número de vagas nas IES do GP e GL, no sentido de contribuir para a análise e enquadramento dos principais problemas com que os/as estudantes destas áreas se confrontam. Assim, o estudo pretende cobrir os seguintes aspetos: identificação do perfil socioeconómico dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL; a sua distribuição geográfica e os seus padrões de deslocação; as suas condições de vida; apoios sociais aos/às estudantes do ensino superior do GP e GL. Como objetivos específicos desta investigação elencam-se os seguintes: Perfil socioeconómico dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL 1. Conhecer os/as estudantes que frequentam as IES do GP e GL, através de uma caracterização socioeconómica do seu perfil, 2. Conhecer a realidade socioeconómica dos/as estudantes da 1.ª, 2.ª e 3.ª fases, no sentido de se perceber se as desistências da 1.ª para a 2.ª fase se relacionam com aquela realidade; 3. Identificar os/as estudantes deslocados. Distribuição geográfica e dinâmica populacional dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL 4. Mapear a população de estudantes do Ensino Superior residentes no GP e GL, em particular nos municípios do Porto e de Lisboa, e nos seus concelhos periféricos; 5. Identificar os locais de maior densidade estudantil; 6. Perceber se os estudantes se fixam no GP e GL aquando do término do 1.º ciclo de estudos e se existem expectativas para ficar a viver nas cidades após este período. Padrões de deslocação dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL 7. Identificar o padrão de deslocações dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL (motivo de deslocações, meios de transporte utilizados (linhas de metro, autocarros, elétricos, comboios, trotinetes e bicicletas), distância percorrida e tempo despendido), as suas expectativas sobre a utilização de transporte individual ou transporte público, a opinião sobre a rede de transportes públicos e a ligação a redes de ciclovia. Condições de vida dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL 8. Identificar onde e com quem vivem os estudantes do ensino superior do GP e GL (casa dos pais, residência dos Serviços de Ação Social, residência privada, quarto alugado, ...), bem como aferir as condições habitacionais (conforto, acesso à internet, espaço de estudo, ...). Apoios sociais aos/às estudantes do ensino superior do GP e GL 9. Identificar as respostas da ação social direta e indireta, nomeadamente, a oferta de cantinas e de alojamento, e analisar se estas se ajustam às necessidades. Com a consecução destes objetivos, pretende-se responder às seguintes questões: • Qual a realidade socioeconómica e a situação de vida dos/as estudantes do ensino superior do GP e GL? • Onde vivem e como se deslocam diariamente? • Que respostas de ação social existem, no sentido de colmatarem as necessidades de bem-estar (do ponto de vista socioeconómico, psicológico e de saúde) dos/as estudantes? • Qual a cobertura de alojamento, dos serviços de alimentação e da rede de transportes? • Como se relacionam estas questões com a política de fixação de vagas no GP e GL?
2021Reforma Institucional da Universidade Eduardo Mondlane numa universidade de investigaçãoEste projeto consiste numa consultadoria investigativa que visa apoiar a transição da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) de uma instituição orientada para o ensino para uma universidade de investigação. O projeto junta uma equipa internacional e multidisciplinar de sete investigadores associados ao CIPES para apoiar a transformação estrutural da UEM numa universidade de investigação até 2028. No âmago do projeto está a capacitação investigativa ao nível do sistema e dos seus atores, incluindo a investigação das capacidades e know-how dos quadros académicos e técnico-administrativos da UEM de forma a sugerir soluções de formação e indicar objetivos (através de um Roteiro). Para esse fim, o projeto adota uma investigação-ação participativa, a qual pode ser decomposta numa teoria da mudança e num modo de ação participativa, de forma a promover um processo de envolvimento na própria mudança entre stakeholders relevantes para o processo de transformação institucional. A base da nossa ‘análise de mudança’ é tanto teórica (organização formal e informal, comunidades de prática) com baseada em evidência, de acordo com os entendimentos tácitos de stakeholders internos e externos relevantes para a capacitação investigativa da UEM. Daí a organização da primeira etapa do projeto em cinco fases de trabalho: (1) Análise de documentação institucional, (2) Seleção de entrevistados e desenvolvimento de instrumentos (de recolha de dados), (3) Recolha de dados (entrevistas individuais e de grupo focal) e análise preliminar, (4) Análise SWOT e análise preliminar dos grupos focais, (5) Roteiro.
2020Estudantes nacionais e internacionais no acesso ao ensino superiorO projeto estuda o acesso e sucesso dos estudantes no ensino superior português e inclui, no essencial, duas componentes: 1. Perceber até que ponto a massificação é sinónimo de eliminação de desigualdades. A origem socioecónomica dos estudantes, o percurso escolar no ensino secundário, o género e a origem geográfica são exemplos de fatores potencialmente geradores de desigualdades nos percursos de formação dos estudantes nacionais que serão explorados. 2. Perceber como o recrutamento de estudantes internacionais tem influenciado a composição do corpo discente e desenvolver estudos sobre as razões, estratégias e abordagens institucionais para atrair estudantes estrangeiros. Além disso, analisar a sustentabilidade do sistema tendo em conta a origem dos estudantes recrutados.